PROJETOS ATUAIS



Diagnóstico das inundações em escala regional: mapeamento de suscetibilidade e sua relação com a saúde coletiva em Santa Catarina

O crescimento populacional das últimas décadas tem aumentado, em escala global, o número de pessoas expostas aos fenômenos naturais extremos, como as inundações, que nos últimos 100 anos afetaram mais de 3,6 bilhões de pessoas. A ocorrência de inundações é bastante frequente também no Brasil, provocando impactos consideráveis em áreas vulneráveis, com perdas humanas e de bens materiais. Além dos danos e prejuízos, um dos efeitos negativos das inundações é o surgimento ou intensificação de surtos epidemiológicos, ou seja, de doenças de veiculação hídrica como a dengue, leptospirose, diarreias, hepatites virais, febre tifoide, entre outras. Dessa maneira, os impactos dos desastres naturais podem também ser considerados uma questão de saúde pública. A epidemiologia de desastres não é um tema amplamente divulgado no Brasil quando comparado a outros tipos de análises sobre desastres, como o mapeamento de áreas de risco. O Atlas Brasileiro de Desastres Naturais, por exemplo, discute o tema saúde de maneira superficial. Neste contexto, o presente projeto tem por objetivo principal analisar as relações espaciais e temporais existentes entre as inundações e o surto de doenças nos municípios de Santa Catarina. Neste Estado, desde 1970, já foram registrados mais de 3000 desastres relacionados a inundações, mas poucos estudos analisaram a relação dos surtos epidemiológicos e a ocorrência de inundações em escala regional/estadual. A maioria dos trabalhos analisaram eventos ou municípios específicos. Para alcançar o objetivo do projeto, as seguintes etapas serão realizadas: i) mapeamento das áreas suscetíveis a inundação em nível de Estado utilizando Modelos Digitais de Elevação e o HAND; ii) inventário de imagens de satélite para determinar a extensão da área afetada por diferentes eventos de inundação; iii) análise dos registros históricos das inundações, coletando informações como número de pessoas afetadas, prejuízos, danos registrados por meio de dados oficiais (relatório de avaliação de danos - AVADAN); iv) análises da evolução urbana em áreas propensas a inundar, observando se há uma relação entre a frequência de inundações e a expansão urbana; v) análise das doenças de veiculação hídrica registradas pelos municípios em banco de dados como o DATASUS e o DIVE-SC, buscando estabelecer a relação entre frequência de inundação e frequência de surtos epidemiológicos; vi) análises demográficas e sociais, buscando relacionar indicadores sociais com a frequência de inundação e de doenças. Com a execução destas etapas, o projeto pretende estabelecer se há relação entre frequência de inundações e de doenças, se houve expansão urbana ao longo do tempo em áreas propensas a inundar e se há uma relação direta entre indicadores socioambientais e inundações, incluindo a análise de indicadores com os surtos epidemiológicos. Além da divulgação dos resultados científicos por meio da publicação de artigos científicos em revistas, os mesmos também serão disponibilizados em um banco de dados geográficos e em relatórios apresentados para a Secretaria de Saúde de Santa Catarina, embasando futuras ações de prevenção.



Determinação de modelo hidrográfico de escoamento para microbacias a partir de parâmetros morfométricos e fisiográficos

Este trabalho apresenta a metodologia de projeto aplicada para o tratamento de dados de sensores remotos ASTER e SRTM (Topodata), com o objetivo de obter modelo de elevação digital (DEM), que contribuam para a modelagem de recursos hídricos. A área de estudo corresponde a Bacias Hidrográfica do Sudeste/SC. O método de trabalho será desenvolvido para classificar o estudo de bacias hidrográficas como sua área de abrangência e os limites geográficos à partir da Unidade de Paisagem BH, a partir do princípio de que pequenas bacias são formadas por um menor número de células (pixels). Buscará analisar o produto obtido da análise da mesma área por dois sensores, buscando comparar os resultados das informações derivadas de drenagem e da forma geométrica de suas bacias. O software utilizado será o ArcGIS ®, que tem características de um sistema de informação geográfica (SIG), adaptada para os procedimentos de inferências e de análise. Dentre os resultados espera-se definir sub-bacias e microbacias, canais de drenagem e sua hierarquia. Atualmente, o MDE está em fase de testes, criando uma grande expectativa, para se conhecer algumas das limitações dos modelos, mas em parte também se evidencia o seu potencial para a definição de Unidades de Planejamento Espacial.



Dinâmica atmosférica e variabilidade pluviométrica associada à teleconexões climáticas na Região Sul do Brasil

A proposta de pesquisa tem por objetivo estudar a dinâmica atmosférica e variabilidade pluviométrica da Região Sul do Brasil associada à teleconexões climáticas. Baseada na climatologia geográfica de base dinâmica, o estudo será conduzido pelo pressuposto de que muitos processos atmosféricos ? locais e remotos, condicionam o clima dos lugares e das regiões. Diante disso, cabe questionar qual é o papel das teleconexões climáticas (conexão climática à distância) no clima da Região Sul. A partir dessa pergunta, considerar também: Como esses padrões interferem na dinâmica climática e organizam a variabilidade na região? Quais são os prazos mais relevantes e como se dão suas manifestações espaçotemporais? Como o conhecimento desses padrões pode ser utilizado na elaboração de classificações climáticas baseadas na configuração espaçotemporal de cada teleconexão climática observada seperadamente e em conjunto? Para isso, o estudo está organizado em quatros frentes analíticas: 1) análise da estrutura pluviométrica; 2) detecção e identificação de tendências e alterações; 3) aplicação de correlação com índices climáticos; e, 4) proposta de classificação da precipitação em unidades homogêneas. O desenvolvimento da pesquisa deve compor, além do uso de índices climáticos para teleconexões observadas nos Oceano Atlântico, Índico e Pacífico, também técnicas estatísticas para cálculo da variabilidade, observação de tendências, rupturas, correlações lineares, decomposição espectral, agrupamento e geoestatística para processos de interpolação espacial. Serão utilizadas séries históricas de dados de reanálise (NCEP/NCAR Reanalysis 1) e observados (valores mensais de chuva e número de dias com chuva) para os estados da Região Sul do Brasil (Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná), no período de 1950 a 2017, agrupados em escalas mensais, sazonais e anuais. Espera-se que os resultados possam indicar novos e outros elementos para interpretação do clima da Região Sul do Brasil, possibilitando melhor trato das questões relativas a gestão do território, diante dos impactos climáticos nos ambientes agrícolas, urbanos e naturais, que possam se consolidar enquanto desastres naturais e riscos climáticos.



CAPES-COFECUB: Qualidades dos Produtos da Territorialização no Rio Grande do Sul QUALPROSUL

A forte demanda para o mercado de produtos agrícolas e florestais contribui para a intensificação dos sistemas de produção e a expansão dos cultivos no Pampa Brasileiro, sobretudo, de arroz, soja, uva e eucalipto. Todas elas são produções que solicitam nutrientes do meio e degradam as riquezas naturais, como foi mostrado em estudos anteriores desse grupo de pesquisa (CAPES-COFECUB nº 580/2007, de 2007 a 2014), que estão relacionadas às fragilidades do meio e cujo desafio atual repousa sobre a capacidade para suportar o crescimento espacial e de produtividade desses cultivos. A questão da qualidade é em nossa análise se dá no cruzamento de três questões fundamentais que serão desenvolvidas em três eixos: a promoção de produtos por sua ancoragem territorial poderá fornecer diferenciação no mercado agrícola e gerar valor agregado (eixo mercado e agroindustrial); os sistemas de produção impactam negativamente o meio e os recursos naturais e territoriais (eixo serviços ecossistêmicos); os produtores concebem suas práticas atreladas, em parte, às redes em que eles participam e que estão atreladas aos territórios, se apoiando em referenciais de uma cultura, de tradição e das relações de poder (eixo lógica social). Capitalizando as pesquisas anteriores realizadas pelo grupo, o nosso propósito hoje é, portanto, de interrogar sobre as questões de produção agrícola, no sentido de que elas participam para a construção das qualidades territoriais, ou seja, as características constituintes de um terroir.



Simplificando a Topografia

Existem diversos aplicativos mobile desenvolvidos para levantamentos topográficos pelos quais é possível mapear e monitorar os limites e os usos de uma propriedade. Grande parte desses aplicativos é gratuita ou são de baixo custo e, apesar da sua grande viabilidade, são pouco explorados. Além disso, atualmente os aparelhos mobiles já são integrados com tecnologia de posicionamento (GPS). Contudo, poucos materiais didáticos e pedagógicos têm sido elaborados sobre essas novas tecnologias. Uma das possíveis causas pode ser ausência de exemplos práticos sobre a precisão de aparelhos mobiles, funcionalidades de aplicativos, normas que atende, entre outros. Caso possua viabilidade, o uso de aparelhos mobiles com aplicativos poderia ser uma alternativa de baixo custo para pequenos produtores rurais. Neste contexto, o presente projeto tem por objetivo a criação do Grupo de Estudos de Topografia Aplicada, que busca, por meio de exemplos práticos simplificar a topografia, produzindo materiais didáticos, pedagógicos, cursos e palestras, com ênfase em métodos de baixo custo com ênfase em pequenas propriedades rurais. Os materiais didáticos e pedagógicos serão produzidos a partir de levantamentos topográficos e dos usos de duas propriedades rurais localizadas no município de Curitibanos-SC. Como meta um blog também será criado, onde todos os materiais serão disponibilizados gratuitamente. Espera-se que com o presente projeto preencher este hiato em relação a materiais explicativos sobre métodos topográficos de baixo custo, que podem ser utilizadas em pequenas propriedades rurais, realidade encontrada em Santa Catarina.



PROJETOS ENCERRADOS

UFSC no Censo 2022

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), autarquia federal, vinculada ao Ministério da Educação, constituída pela Lei n 3.849 de 18 de dezembro de 1960 Decreto n 64.824 de 15 de julho de 1969, com sede no Campus Universitário Reitor João David Ferreira Lima, em Florianópolis, Santa Catarina, Brasil, representada pelo seu Reitor, Prof. UBALDO CESAR BALTHAZAR, nomeado pelo Decreto de 03 de julho de 2018 e a Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE, pessoa jurídica de direito público, estabelecida na Rua João Pinto, n 60, CEP 88010-420, Centro, na cidade de Florianópolis, SC, representada pelo Coordenador Censitário Área, Sr. SAULO DE CASTRO LIMA, expressam que o objetivo deste acordo é o desenvolvimento de atividades colaborativas entre as instituições supracitadas, com o intuito de apoio à realização da operação Censitária 2022. Trata-se de um projeto para estabelecimento de Acordo de Cooperação Técnica entre a UFSC e o IBGE, com interveniência do Laboratório de Geoprocessamento do Departamento de Geociências do CFH/UFSC, para fornecer apoio logístico à operação censitária.




Laboratório de Geotecnologias Riscos e Desastres
Departamento de Geociências - GCN
Campus Universitário Trindade - Florianópolis/SC
CEP: 88040-970